À primeira vista a nova tecnologia de discos ópticos não causa nenhuma surpresa… o Blu-ray continua sendo um disco de 12cm, redondo e com um furo no meio. Mas esta aparência tão comum hoje em dia esconde um avanço considerável com relação aos seus predecessores, o CD e o DVD.
Mas de onde veio este nome, ao invés de se usar uma sigla como nos casos anteriores? Haviam dois produtos em disputa para a substituição do DVD – de um lado do ringue o HD-DVD, formato apoiado pelo fórum DVD e com principal defensora a Toshiba e do lado oposto o Blu-ray, cuja principal defensora é a Sony. Como o HD-DVD já havia utilizado a nomenclatura natural para indicar um DVD de alta definição, a Sony utilizou a base da nova tecnologia, o raio laser Azul-Violeta, para buscar uma relação mais próxima ao consumidor. Como “Blue Ray” (raio azul) não poderia ser registrado como marca em vários países por se tratar de um “nome genérico”, foi retirada uma letrinha sem prejuízo à sonoridade do nome…
Apresentação feita, vamos falar um pouco mais sobre este simpático disquinho. A base de tudo está em uma espiral contínua que se desenrola do centro para a borda do disco onde são feitos minúsculos sulcos (ou buraquinhos, no popular). O laser é apontado para esta espiral e a vai percorrendo, entrando e saindo dos buracos. Estas transições fazem com que o raio seja refletido para um leitor ou para fora dele, resultando em uma série de informações binárias (zeros e uns) que formam os dados digitais.
Do CD para o DVD duas foram as mudanças – a maior condensação de informações (os sulcos, ou “pits”, tiveram seu tamanho reduzido pela metade e a distância entre cada passada da espiral também) e a utilização de múltiplas camadas de leitura (utilizando materiais que refletem totalmente ou parcialmente o raio laser podem ser criadas novas espirais no mesmo disco, e assim multiplicar a capacidade deste). Para ler a informação ainda menor, um novo tipo de laser foi desenvolvido, com foco mais estreito. No CD era usado o laser infravermelho, enquanto no DVD foi usado o vermelho.
Como a fórmula deu certo, o Blu-ray conta com estes mesmos fatores em relação ao DVD. Assim, evoluímos da capacidade de 640 MB no CD para 9.4 GB no DVD, chegando aos 50GB no Blu-ray. Esta capacidade de armazenamento é que permite guardar toda a informação contida em cada quadro de 2 Megapixels. Pouco em relação à sua câmera fotográfica digital? Experimente transmitir mais de 20 quadros por segundo com este tamanho para que os olhos possam experimentar um movimento contínuo… haja banda! A leitura como mencionei é feita por um laser azul-violeta, e este deve ser o último disco óptico a utilizar luz visível para leitura.
A construção física do disco é um pouco diferente, pois no CD os dados estão na superfície metálica, no DVD estão no meio do disco (que na verdade são dois meio discos colados) e no Blu-ray estão próximos à superfície no lado de leitura – por isto conta com uma camada extra de proteção contra riscos e conseqüências de manuseio. Assim, para maior durabilidade devemos sempre manter estes discos em seu estojo apropriado e ao contrário do CD, quando necessário os discos DVD e Blu-ray devem ser colocados sobre qualquer superfície com seu rótulo virado para baixo.
Houve também um aprendizado e evolução com relação à proteção contra cópias de disco para disco, o que deve auxiliar no combate à pirataria. Agora, convenhamos, quem gasta seus nada desprezíveis recursos para adquirir um bom sistema Full HD e venha a utilizar no mesmo um disco pirata de baixa qualidade é no mínimo um grande… Bem, como ao meu ver este tipo de procedimento não merece polidez nem tampouco respeito, vou me abster de utilizar qualquer adjetivo para classificá-lo.
Em nosso próximo encontro vamos entrar um pouco na visão prática das melhorias que o Blu-ray traz em relação ao DVD. Tenho conversado com pessoas que estão iniciando seu convívio com esta tecnologia e que se mostram encantadas com os resultados, buscando euforicamente títulos nas prateleiras das locadoras. E você, já começou?
Fonte: Microservice